Compota de damasco e outros contos, de Aleksandr Soljenítsin

Compota de damasco e outros contos, do Nobel da Literatura de 1970, estava até agora inédito em Portugal
Traduzido diretamente do russo por António Pescada, este livro é um exemplo marcante da voz singular deste autor e consolida o seu lugar como um dos gigantes da literatura contemporânea.

Depois de mais de duas décadas de vida no exílio, Aleksandr Soljenítsin voltou à Rússia em 1994 e publicou oito contos duplos. Estas extraordinárias histórias – interrelacionadas e justapostas usando uma técnica de escrita experimental a que o autor chamou «binária» – juntam-se neste volume ao conto mais extenso, «Adlig Schwenkitten», e vêm adicionar-se às suas obras já anteriormente publicadas como parte da mais poderosa literatura do século xx.

SINOPSE
Com a vida soviética e pós-soviética em fundo, estes contos iluminam a experiência russa durante o regime soviético. Em «A geração futura», um professor promove um triste estudante proletário por mera bondade. Anos mais tarde, esse mesmo professor é detido pela polícia e, numa espantosa reviravolta do destino, é interrogado por esse seu ex-aluno. Em «Nástenka», duas jovens mulheres com o mesmo nome levam vidas rotineiras e ordenadas, até que a Revolução provoca mudanças radicais nas suas vidas.

Aleksandr Soljenítsin (1918-2008) combateu na Segunda Guerra Mundial e esteve preso e internado em campos de trabalho forçado de 1945 a 1953, após críticas privadas a Estaline. Ilibado na sequência da «abertura» criada pelo famoso discurso de Krutchev denunciando os crimes estalinistas, foi professor e iniciou o seu percurso de escritor nos anos 50. Um dia na vida de Ivan Deníssovitch, classificado por Aleksandr Tvardovski, seu editor na revista Novy Mir, em 1962, como um «clássico», teve a sua publicação expressamente autorizada por Krutchev e foi estudado nas escolas. Mas a vida de escritor de Soljenítsin viria a ser atribulada e reprimida na sequência da recusa pela União dos Escritores da publicação de Pavilhão de cancerosos e da atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1970. Foi expulso da União Soviética em 1974, vivendo na Suíça, em França e nos Estados Unidos até à queda do Muro de Berlim, após o que regressou a Moscovo, em 1994, sendo recebido triunfalmente. As suas obras marcaram indelevelmente a literatura russa do século XX, inserindo-se na grande tradição narrativa de nomes como Tchekov, Tolstoi e Dostoievski.

(Nota de Imprensa da Sextante Editora)

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