Surgiu do fundo do palco e o ocupou por inteiro. A sua fala. O seu gingado. O destemor em movimento. O seu olhar abrasado. A desafiar a plateia. E aqui, o que nele se me assemelha. Ou me tenta. Ou apaixona. A cismar. Um mar revolto a fantasia. O que nasce e renasce.

E esta cortina aberta. A minha imagem. Estas vestes. A minha voz. Desusada a minha voz. E este outro que me exige e clama. Hoje rezei por ele.

Ernane Catroli

Ernane Catroli

Share
Published by
Ernane Catroli

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago