Ao fim de Esperando Godot, uma senhora virou-se, dizendo: “Você gostou disso? É horrível! A gente sai de casa para se divertir e tem de ver uma coisa dessas… Me diga, você gostou disso?” Imediatamente, ao meu lado, um casal nos 20 anos confrontou-a: “É demais! A senhora é que não entendeu nada!” Aliviado da necessidade de dar qualquer resposta, achando que o filme havia sido tão terrível para a senhora justamente porque, de alguma maneira, ela o entendera, e que os jovens o adoraram justamente por não o terem compreendido tanto quanto imaginavam, ou seja, por não o terem tão cravado na carne, pensei apenas – como é bom não ter mais 20 nem ainda 75 anos… E poder permanecer em silêncio.
Alberto Pucheu
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