Absorto, analisou a papeleta afixada na montra, tamanho A4 – um tanto mais, falando com precisão –, ornato gráfico, retrato colorido e, enfim, os dizeres clássicos. Trabalho esmerado, mas tosco, para o seu gosto. Só depois atentou na substância. Um choque. Que breve relativiza. E descarta a hipótese de contactar o responsável: tanta canseira por um equívoco, uma mera gralha, a bem dizer. Acre, como todas, mas em rigor só isso. De resto, quem as não cala, para não denegrir o currículo?! Quantas histórias, nas redacções! Fotos trocadas, confusão de nomes. O senhor Carvalho, os colchões de molas… Tretas das letras. Numa dobadoira andariam os donos dos jornais, das revistas, as editoras, os jornalistas, se interpelados por intempestivos desagravos sempre que a insídia ressurtisse nas suas páginas. Seria um desatino arcar com o alvoroço de criaturas agastadas por bagatelas, minudências em que, além do próprio, ninguém mais repara. Como neste caso, neste seu caso, confusão de identidades, ocorrência natural na barafunda do Inverno, quando tão assoberbados andam os cavalheiros do negócio, os senhores, sempre cortezes, das agências funerárias
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