Há duas chávenas vazias em cima da mesa. Trazes um bule com água a ferver,  que poisas em cima de uma base. Sentas-te. Sem dizeres uma palavra,  levantas a mão e dás-me uma bofetada. Fico estancado, de boca aberta, a face a arder. Depois, calmamente, despejas a água nas duas chávenas. Ouço uma delas a estalar. Não consigo desviar o meu olhar de ti. Terá sido a minha?

Bruno Barão da Cunha

Bruno Barão da Cunha

Share
Published by
Bruno Barão da Cunha

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago