Ela usava calças pretas
e um pulôver cor de rosa
passou diante das casas pequenas
de onde ninguém olhava
passou diante da caixa do correio
abriu a mão e a estampou
devagar sobre o arbusto
sobre a neve sobre o arbusto
depois seguiu seu caminho
mas a marca da sua mão ficou ali
espalmada
como um aceno fixo
uma saudação póstuma
como as pegadas dos dinossauros na pedra
antes de derreter.
Adriana Lisboa