hoje o dia encheu-se de horas pequeninas
e eu fiz uma viagem dentro delas encolhendo-me toda
para ver o tempo na sua intimidade.
nunca tinha olhado para dentro do tempo com esta curiosidade
bisbilhoteira.
estava todo arrepiado enrolado nos ponteiros do relógio
transido nas articulações empenadas
de forma que parei a corda
calaram-se as horas
sucumbiram os segundos.
saltei para fora e ao espelho vi um rosto de maçã vermelha
da cor das cerejas.
fiquei então fora do tempo a enfeitar-me para um qualquer assobio
e saí devagarinho pelas traseiras
como uma serpente de flanela verde
trepando à arvore do paraíso.
Maria Isabel Fidalgo
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