longe do mar. está fria a noite na sua nudez de mármore. não preciso de nada e falta tudo. falta o brilho dos peixes buliçosos junto aos búzios e o pulsar do mar lento e calmo , respiração tranquila na vastidão da água. faltam os barcos ao longe desafiando a distância. e mesmo os de perto com babas das ondas. Tenho os olhos verdes entupidos de algas onde as escondi para me surpreender no manto do inverno. e ainda as telas marinhas- beijos de água com tinta azul e outras de mistura. sorvo-as desde o tempo de catraia inquieta, onde julgo ter existido no mar do norte. agora estou velha, mas o mar é o mesmo e dá à vida uma dimensão de eternidade, ainda que fictícia. mas eterno é este momento em que te inscrevo na orla marítima para que fiques nela gravado e sobre ela o meu nome num degrau da falésia.
Maria Isabel Fidalgo
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