Perdido 78
A pausa é o porto dos prudentes. Um acaso apaga os registros da criatura viva. Aportar é descarregar as malas, esticar as pernas e pensar oceanos. Incauto quem não aborta para repensar a repetição. Nem tudo recomeça depois de uma boa foda, mas é preciso saber olhar. Cheirar. Tocar. Ouvir. Ouça o que o vento tem a nos dizer. Observe os vermes que nos habitarão no fim. Sinta o mais que puder o odor das coisas vazias. Toque as sombras. Mas cuidado para não feri-las.
(continua)
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…