Noctâmbulo 1
Entro em uma loja de artes. Há dois seguranças. Sento-me em uma cadeira. O mais velho se aproxima e me diz que o assento é apenas para ser observado. Não discuto. Sigo em direção da mulher que observa peças de mármore. Digo que a arte só existe enquanto há participação das pessoas, interação com a obra. Mas ela me ignora. Eu insisto: não há arte sem a participação do público. Então ela se vira para mim, observa-me longamente e sorri. Depois, retorna à antiga posição, vai pegando uma a uma as esculturas, atirando-as ao chão. O segurança não reage. A mulher senta-se no chão e chora, copiosamente, entre os cacos.
(continua)
Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…
Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…
I A exemplo do que Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse do poeta argentino Rodolfo…
I Primeiro de uma série de cinco volumes, Poesia - Obra Reunida (Brasília: Universidade de Brasília/Thesaurus Editora,…
O professor Silas Corrêa Leite, jornalista comunitário, conselheiro diplomado em direitos humanos, ciberpoeta e blogueiro…