Tenho a mão direita petrificada. Seguro um texto. Não passo de uma escultura em pedra-sabão. Os passantes estudam o flagrado em instante preciso. Depois da provação do ventre da baleia… Por quê? Proibido dos movimentos e da fala. Desconhecida, a terra. Petrificado diante de montanhas. Junto a outros profetas. Retirou-me das águas que me afligiam, Senhor, quando serei libertado dessa escuridão? Não o encontro entre as nuvens e as estrelas. Aguardo a liberdade. Meu pescoço dói. Começo a perder a fé, Senhor. Já me obrigou a mentir uma vez. Não desejo repetir a humilhação. O que é de um profeta sem palavra? Ninguém ouve o Jamais adorarei outro deus a não ser o Senhor! Vem de épocas remotas. Todos que param percebem meu gesto clamando pela Sua presença. Riem da insistência.
(continua)
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