As normas são das potências livre-arbítrio. E os líderes tanto governam como caem; desde o início. No poder, o senhorio centraliza, explora, organiza a defesa, torna-se feroz, faz as próprias leis. Com seu exército e armamentos, zomba, desfaz países, em nome da igreja e da lei matam; mas, um dia, desmoronam. Aponto aos céus para alertá-los de que em nome de alguém tão etéreo quanto o Senhor, ocorrem barbáries, e que ali nada há além de nuvens e estrelas. Não esperem que os milagres registrados no Livro aconteçam, que tudo em poesia é simulacro, fingimento, mentira. A arte, fruto da intuição e do conceito, não tem preocupações estéticas com a verdade, se quiser, nos transforma em vento. É preciso que o justo aprenda a se defender das perversidades, sua passividade deixa, aos ambiciosos e arrogantes, o caminho livre. Os corruptos não se envergonham de serem chamados de ladrões, nem a justiça preocupa-se em julgá-los. Existem os perversos ricos e os perversos pobres; muito pior os primeiros, mas nada justifica os segundos.
(continua)
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