O bulício na frente do prédio da Gazeta arrastou um monte de rostos jovens pela calçada. Ouviu alguns gracejos, soltou alguma grosseria, sempre prosseguindo. Por mais que se esforçasse, música alguma aliviava o abismo que tinha à sua frente. Com duas mortes, por mais que nos afastemos, sempre haverá escuridão, mais se foram provocadas por amor ou ódio.
Atravessou o passadiço que liga a Paulista à Brigadeiro. Já foi um luxo, hoje é um prédio decadente. As meninas não estavam na rua. O momento era muito mais de medo que de respeito ao luto. Ligação de puta com gigolô é igual família, respeito amalgamado pelo pavor.
(continua)
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