Já disse — mas narrador não serve de testemunha — que o homem estava perdido em alguma praia, quando um lanho transformou o pescoço do gigolô em chafariz de sangue. A luz da lua, segundos antes, refletiu fios prateados na lâmina que descia do céu igual meteorito. Objeto cortante não encontrado nas redondezas do suspeito que morreu branco nácar. Não têm documentos, o dito criminoso e a vítima. Muitos sem identidade simplesmente adormecem. Camburão limpa o cruzamento. O jato de água transforma sangue em crepúsculo rosicler. Na distração, rato leva a língua para o bueiro. Agora, menos utilidade teria o órgão musculoso.
(continua)
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