Fantasias – uma reflexão de Cristina Carvalho

A fantasia, o género fantástico na literatura, ajuda a desenvolver um melhor raciocínio entre as crianças e jovens. Todos sabemos que uma criança consegue brincar, conversar, interagir com amigos imaginários, com seres que não existem. Um adulto que nunca fantasiou na sua fase jovem – e esta situação pode dever-se a variados factores como, por exemplo, o ter tudo e todos os brinquedos que desejou à mão de semear, o ser obrigado a trabalho infantil e, portanto, um estado precoce e involuntário de cansaço, o facto de ver muita televisão, etc, etc – dizia eu, um adulto que nunca ou pouco fantasiou na fase jovem cresce com determinada carência mental.
Ter como amigo um ser imaginário é fundamental.

Cristina Carvalho – “LUSCO-FUSCO, breviário dos mundos elementares” publicado por Sextante / Porto Editora. No PNL para o 9º ano.

 

 

As ilustrações são de Pierre Pratt.

Sobre o livro:

“Este livro fala-nos dessas criaturas fantásticas que povoam os contos da nossa infância e regulam os elementos da natureza: os elementais, que são apenas visíveis aos mais destemidos, aos que acreditam e ao acreditarem vêem; aos que são capazes do sonho, não o que resulta de um sono profundo, mas desse limiar ténue e fugaz que separa a noite do dia, momento de apelo de todas as criaturas fantásticas que habitam mundos contíguos ao nosso. Fadas, siflos, sereias, gnomos e salamandras. Mas não esperem encontrar rostos de uma beleza cristalina nas criaturas bem comportadas e verrugas no nariz de quem se porta mal. Estas criaturas, dotadas de alma como nós, também têm o seu temperamento, as suas fúrias e as suas maldades; tal como a natureza, podem oscilar entre o idílico e o devastador. Podem ser gordos e bonitos, feios também, porque a beleza tal como a utilidade depende do destino que se lhe dá; a moral não é um elemento da natureza.” (António Ganhão no Acrítico, leituras dispersas)

 

António Ganhão

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