De Espanha, felizmente, não chegam só notícias da novela da dívida e do seu resgate. Vêm também reflexões por essa novela suscitadas que, às vezes, quando são sábias e grandes as vozes que as transmitem, dão-nos motivo de satisfação porque se traduzem em excelentes obras. É o caso do mais recente livro de Ana María Moix, «Manifiesto Personal», recém-lançado pelas Ediciones B, de Barcelona, em que a autora reflecte, através de uma análise da forma como as pessoas vulgares vivem hoje em Espanha e de como as preocupações quotidianas estão a matar em cada uma delas o sonho e o gosto de viver, sobre o modo como«os abusos do capitalismo estão a acabar com o mundo desenhado pelo dinheiro e pelo consumo». Conforme se escreve na revista Que Leer, «estamos perante um texto singular. Excepcional na sua forma de escrita, de uma límpida clareza, compreensível por todos, transforma os tópicos da indignação e do protesto em peças dignas de atenção humanística.» Um livro, pois, para o qual vale a pena chamar a atenção de editores, livreiros e leitores.
Manuel Brito
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