Dalila Moura Baião

Dalila Moura Baião nasceu em Santo Estêvão – Benavente, a 8 de Novembro de 1956 e vive em Setúbal há mais de quarenta anos.
É Professora, com Doutoramento europeu, em Ciências da Educação, realizado na Universidade de Huelva.
Exerce a sua actividade profissional em Setúbal, no Agrupamento de Escolas, Lima de Freitas, tendo desempenhando até 2013 as funções de Coordenadora Pedagógica na Ludoteca “O Moinho”. O seu percurso profissional encontra-se ligado à Educação pela Arte, possuindo nesta área o curso de Estudos Superiores Especializados e um curso de Teatro e Expressão Dramática. Possui o Diploma de Estudos Avançados na Área do Conhecimento – Didáctica e Organização Escolar, pela Universidade de Huelva. Foi Docente de Prática e Reflexão Pedagógica do 2º e 3º ano do Curso de Licenciatura em Professores do Ensino Básico, realizando também a Supervisão de estágios da licenciatura do curso de professores do 1º ciclo 2º e 3º ano, da ESE de Setúbal. Formadora com Certificado de Qualificação na área e domínio C05 Didácticas Específicas (Expressões) com aplicação a professores do 1º ciclo do ensino Básico.
A autora de “Momentos” (1983), “Varandas de Luar” (2009) e “Amar em Chão de Mar” (2010), que participou no “II Concurso de Poesia da Associação cultural Draca”, tendo obtido o 1º prémio, com o poema: “Poema Incompleto – a Pina Bausch”.
O seu mais recente livro, também de poesia, “Quando o Mar Corre no Peito”, aguardou no tempo a altura de se fazer Voz e será lançado a 25 de outubro, na Casa da Cultura, em Setúbal. A autora tem escrito contos e histórias para a infância mas que ainda não se encontram publicados.
. A poesia é para Dalila Moura Baião, o prazer da palavra que escorre nas entranhas e a incandescência da mesma que alastra na alma e no tremer da terra. Uma necessidade imersa, um sobressalto que congrega o desejo e a libertação dos instantes, numa viagem entre a realidade e o fascínio dos dias.
Tal como escreve João Tomaz Parreira, autor do prefácio do seu mais recente livro:
“ De facto, o Mar em todo este poemário é um caso inelutável da autora. O Mar, em Dalila Moura- num outro anterior livro também recorre ao mar na paronomásia do título: “Amar em chão de Mar”- não tem limites mentais, ela pensa-O, e estes poemas provam a minha afirmação arrojada. O seu Mar não ganha uma dimensão fisíca, mas poética e existêncial.
O poema de abertura transforma o Mar em Ser, os versos iniciais propõe a desterritorialização do mar, que deixa de ser lugar e que passa a ser, sem conotação ontológica, uma relação muito física: “Há prata na nervura das ondas, brilho sensual / no alfabeto do corpo onde o mar ressoa”. (Na textura do Mar)
No mesmo ambiente de leitura, porém com uma intertextualidade diversa, diria que o mar realiza o corpo da poeta, sendo uma extensão dos seus belos olhos de água. Nestes versos, por exemplo, “enquanto o fascínio das vagas/ atravessa o olhar do poeta / e se demora no peito escaldante”. (Quando a chuva engrossa o mar)
O mar em Dalila Moura não é um conceito abstracto, uma alegoria simbolista, é um corpo concreto, nem é massa uniforme e vastíssima de água, é pulsação de vida na sua poesia(…) Há poucos versos e poemas, neste livro onde não se encontre uma ressonância da experimentação do Mar. O Mar é também música, uma planície que parece repousar em silêncio, mas este está nas profundidades, o silêncio dos abismos. Dalila Moura trata o Mar pelo seu rosto, o seu nome, tratado por tu, é superfície avassaladora”.