Excerto do prefácio
«[…] coração é que não falta nesta prosa escorreita por onde Soledade Martinho Costa nos convida a passear, seguindo-lhe o rasto e correndo com ela aqueles caminhos que foi traçando em cada página, em cada episódio, em cada memória passada ao papel. E assim vamos conhecendo as suas palavras, fazendo amizade com elas, ouvindo as suas histórias, rindo ou chorando com elas, como fazem os amigos. Assim vamos descobrindo todo um mundo novo, recordado aqui, vivido ali, desejado, sofrido, o mundo fascinante das palavras desta autora […] nas entranhas de um livro que é simultaneamente uma aventura, uma grande aventura de descoberta atrás de descoberta, não só para nós, leitores, mas também para a própria autora, que vai tropeçando em novidades de si mesma, à medida que vai escrevendo. E assim se vai expondo, desnudando, revelando mais e mais e mais…Tem momentos de rara beleza, este livro. Tem outros, de uma ingenuidade tocante, porque se percebe sincera. Outros, ainda, de uma tristeza pungente, porque mascarada de esperança […]. Soledade Martinho Costa uma escritora […] que um dia descobriu que para escrever o tal livro […] só tinha de se sentar, escutar o que lhe dizia o coração e escrever, nada mais. Só escrever.
Bem bom que o fez, finalmente.»
Rui Vasco Neto