Categories: Curtas e eventos

O Lagarto, de José Saramago e J. Borges

Em setembro chega às livrarias portuguesas O Lagarto, livro que une as palavras de José Saramago ao traço do artista brasileiro José Francisco Borges, conhecido como J. Borges. O projeto, que nasce da ideia original do editor argentino Alejandro García Schnetzer, será publicado pela Porto Editora em colaboração com a Fundação José Saramago, terá design da Silvadesigners, e propõe uma nova leitura da crónica com o mesmo título escrita por José Saramago em 1972.

Passados mais de 40 anos da publicação de O Lagarto no livro A Bagagem do Viajante, o texto ganha novas leituras trazidas pelas ilustrações do “génio da arte popular”, nas palavras do New York Times. O artista brasileiro, que ficou conhecido internacionalmente ao ilustrar em 1993 o livro Palavras Andantes, de Eduardo Galeano, produziu um conjunto de xilogravuras que dialogam com o texto do Prémio Nobel português.

A 22 de Setembro, o FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos inaugura uma exposição das matrizes das xilogravuras e das ilustrações que J. Borges fez para as palavras de José Saramago.

Saramago conhecia e gostava muito do trabalho de J.Borges (…) dizia que para ele J.Borges compreendia e explicava o mundo de forma aparentemente simples e ao mesmo tempo profunda. Este Borges aproximava-se, para Saramago, dos seus avós na forma de olhar o mundo. Além disso, Saramago tinha muito apreço pelos trabalhos de criação. Na sua mesa de trabalho, por exemplo, estava um crucifixo que um artesão lhe dera de presente após ler O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Para ele não era uma homenagem a um homem crucificado mas sim ao homem que fez aquela peça e que a compartilhou. Criar é compartilhar, e agora dois Josés presenteiam-nos com uma obra que deve ser compartilhada. Um grande presente.
(Palavras de Pilar del Río ao Jornal do Commercio, do Brasil, a propósito do livro)

J.Borges nasceu em Bezerros (Pernambuco, Brasil) no ano de 1935. Aos 20 anos começou a vender cordéis nas feiras. Em 1964 assinou o seu primeiro trabalho autoral.
Tornou-se gravurista para ilustrar os cordéis que produzia. Durante a vida escreveu algumas centenas de cordéis. Ilustrou o livro As palavras Andantes, de Eduardo Galeano, e expôs o seu trabalho em vários lugares do mundo, entre eles EUA, Suíça, França, Alemanha, Venezuela, Itália e Cuba. Em 2006 recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, outorgado pelo Governo do Estado.
Atualmente vive na sua cidade natal, num local que foi transformado num espaço artístico, o Memorial J.Borges, onde ensina a arte da xilogravura aos mais novos.

Nota de Imprensa Fundação José Saramago.

Das Letras

Share
Published by
Das Letras

Recent Posts

Gonçalo M. Tavares vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018

Gonçalo M. Tavares venceu o Prémio Literário Vergílio Ferreira devido à "originalidade da sua obra…

7 anos ago

Gente Lusitana | Paulo Fonseca

Cornucópia rosada de carne palpitante… com neurónios, comandada puro arbítrio, caminhante… Permeável, errante… de louca,…

7 anos ago