A Associação Portuguesa de Escritores consagra “Retrato de Rapaz”, de Mário Cláudio, com o Grande Prémio de Romance e Novela – hoje, às 18h30, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Sobre a obra Retrato de Rapaz
Leonardo da Vinci, o próprio, ilustra este livro com uma profusão de desenhos. Regra geral, as ilustrações surgem para dar suporte à narrativa. Aqui, o autor usa-as como fonte de inspiração para os seus personagens. As três graças existiram no traço do grande mestre muito antes de ganharem vida na escrita de Mário Cláudio. A pesquisa, quando se trata de um dos maiores artistas de sempre, não podia deixar de lado os seus esboços. Aqui ganham vida e a sua história, iniciada a carvão, completa-se. São três Graças que surgem na dobra do tempo, como uma alucinação anunciando a grande noite que se aproxima e em breve reclamará o artista para sempre. Mário Cláudio invoca essa presença feminina tripla como uma alegoria do desnorte, tantas vezes caprichoso, em que caímos e nos rouba a paz nos últimos dias da nossa existência.
Este Leonardo, absolutamente credível por ação do talento e pela força da escrita de Mário Cláudio, revela-nos um lado perturbador e menos conhecido. No incómodo desse mistério, assombrando a vida de alguém que associamos à criação de tanta beleza, ciência e luz, reside o segredo deste livro.
(ler a recensão completa no Acrítico – leituras dispersas)
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