Não é apenas a tradução de um poema; é ser tocado por um texto, partir à sua descoberta, à forma como foi construído, inspirado… pintado. É uma simbiose perfeita não só entre um original e a sua tradução mas, mais fundo ainda, entre o tradutor e a alma do poeta, cujo poema é já em si a “tradução” de uma pintura em palavras. Dito de forma mais simples, Ana Maria Chaves, ao traduzir “The Disquieting Muses” de Sylvia Plath, teve de traduzir o quadro do mesmo nome de Chirico, tudo o que esse quadro despertou em Plath e, ainda, a própria Plath.

Maria do Carmo Figueira

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