Como imaginar alguém que viveu uma vida tão intensa e tão curta, mas plena de criatividade e paixão? Como o conhecer com uma proximidade inaudita, uma presença quase táctil, segunda pele que se nos cola e alma que percecionamos como nossa? Estamos aqui muito para além do domínio dos cânones da biografia. Só num mundo ficcionado, onde todos os limites se fazem de palavras, tal tarefa pode ser alcançada. Como chegar ao íntimo de Amedeo Modigliani, Modi, que viveu o seu tempo fora de todas as modas? Sobre quem tão pouco se escreveu?
Ele conviveu com os seus pares, artistas de diversas naturezas, com quem partilhou conversas, ilusões e agruras em ambientes carregados de vapores etílicos e outros vícios. Esteve no centro de tudo, sem nunca se dar a pertencer, sem ser assimilado. A sua pintura era uma voz única, fora de todas as correntes, reconheciam-se-lhe traços de influência dos clássicos renascentistas, mas nenhuma conceção ao gosto da época, ao que ajudaria a vender. Uma voz em monólogo, na primeira pessoa. Foi essa voz que Cristina Carvalho escutou: Escuto, e aqui vos deixo o que ouvi.
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